quarta-feira, 30 de junho de 2010

deixa?

Deixa eu sonhar pra você.
Deixa eu sonhar com um casaco de lã.
Deixa eu sonhar com uma torta de banana com café com leite.
Deixa eu sonhar com um suspiro na frente da novela.
Deixa eu sonhar também com outros suspiros. Com suspiros de limão.
Deixa eu sonhar com um cobertor de retalho.
Deixa eu sonhar com uma janela com uma violeta.
Deixa eu sonhar com camisola de flores.
Deixa eu sonhar com um radinho de pilha parado na tupi.
Deixa eu sonhar com um copo d'agua na mesinha.
Deixa eu sonhar com meias.
Deixa eu sonhar com caminhadas.
Deixa eu sonhar com lágrimas de saudade.
E com risada de saudade.
E com fotografias de saudade.
Deixa eu sonhar com hidratante pros pés e com óleo pras costas.
Deixa eu sonhar com um lugar no onibus.
Deixa eu sonhar com companhia.
Deixa eu sonhar com netos, bisnetos.
Deixa eu sonhar com receitas.
Deixa eu lembrar de você deitada de olhos fechados, de sorriso de lado, de mão no queixo e a outra na barriga sonhando com o que eu sonhei .
Deixa.
Deixa eu sonhar pra você?

Sem nome.

Se tiver como comprar coragem dentro de uma garrafa de vidro, me avisa porque eu já tenho 18. Se quiser me vender um pouco de criatividade em pó solúvel, me dá um toque.
To fazendo nada.
To fingindo conversar com alguém. Alguém que finge conversar também.
Com essas mentiras cheias de maldade. O recheio que engana a saudade das conversas de verdade, das pessoas de verdade. Dos gostos de verdade.
Olha, ta vendo no meu pulso? Entendeu? a cor é pra te mostrar.
Eu assumo a minha vergonha com orgulho.
Já não durmo. Eu vivo acordada.
E se o escuro vem, eu vou e troco a lâmpada.
Depois escondo os restos e volto pra cama.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Sem talento pra doar?


O exagero é irmão do erro.

Vem cá, vamos dar uma volta, parar num bar, tomar um café com leite e aproveitar a cor do céu as 7 da manha. Com a visão do reflexo no meio fio.

Depois de trocar os horarios e de tanta bebedeira, vem a culpa como a de quem comeu muito na hora do jantar.

Estou tornando oficial . Não saio mais de noite. De noite eu vou durmir. Não quero competir com olhos brancos e bochechas rosadas. Não quero ser agredida com restos.

O que diverte esse povo me deprime. Prefiro a noite de uma varanda com um copo de coca-cola. Prefiro as manhas com muita laranja e uma faca do lado, enroladas num pano de prato bordado.

Gosto dos velhos com suas dores nas pernas.

Nenhum deles precisa ser nada.

Eu não quero ser também.

Com o tempo estou me escondendo cada vez mais.

Vocês vão me procurar...

Não vou estar lá...

domingo, 27 de junho de 2010

É tanto...


Tanto...
Se ao menos você soubesse...
Te quero tanto...
Tanto....