sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"os homens não têm de fugir à vida como os pessimistas, mas como alegres convivas de um banquete que desejam suas taças novamente cheias, dirão à vida: uma vez mais”.

Acho que te assusto.




Estive esperando a casualidade porque no fundo eu sabia que no meio do caminho iríamos nos encontrar.
Outra vez.


Queria poder estar com você neste exato momento, com a cabeça no seu ombro, de olhos fechados, fazendo carinho na sua nuca e declarando um: "que saudade..."
Queria poder te esperar na cama pra dormir, ou te esperar no portão. Ver TV sentada no sofá e fazer parte dessa sua rotina estranha.


O problema é que eu não posso fazer você sentir minha falta.
Não posso fazer nada.


Antes, você gostava desse material estragado que eu era, e hoje que me arrumei nas gavetas certas e tomei minhas vitaminas coloridas você esqueceu do meu cheiro.
Você esqueceu...
Mas tudo bem porque você adora violência e eu sempre luto de volta .


Não sou o bastante.


Mas tudo bem, pode me deixar esperando pelo "oi", pode nunca ligar.
Pode esquecer dos meus cabelos.
Pode esquecer da vontade de construir "seja-lá-o-quê-for" comigo.


Eu só quero que você fique sabendo que eu sinto muito mesmo.
E mais que isso, quero que você fique sabendo que eu te amo.
Que você é amado.
E que eu estou com muitas saudades.
E não tem nada, absolutamente nada que você possa fazer a respeito.


Acredite em mim.


"“E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira!“ Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: “Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!” Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: “Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?” pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?”"

Ok?

Ok.